terça-feira, 26 de outubro de 2010

Culpa

Poderia dizer que esse fim de semana foi maravilhoso. Um sonho. Mas não pra mim. Passei o fim de semana afastada de casa, do meu pai, dos meus problemas. Comi como uma pessoa normal! Me permiti as gulas, passei todos os momentos com o namorado, e bebi bastante. Cheguei a pensar que o inferno que me faz chorar todos os dias, tinha passado. Que eu ia conseguir superar e aceitar tudo numa boa, que tudo ia acabar bem. Voltei pra casa ontem. É muito estranho estar na casa do meu pai. Morando na sala, literalmente "de favor", e, pior, sei que não sou bem-vinda. E, sinceramente, nem quero ser bem-vinda. Hoje, acordei muito mal. E pela primeira vez, em quatro anos, miei. Miei até a dor no estômago ser insuportável. Estou me sentindo sozinha, e me sinto pior, por me sentir egóista de me sentir sozinha. Tenho pessoas maravilhosas com quem posso escolher viver. Mas a rotina me lembra todos os dias o quanto eu atrapalho a vida dessas pessoas, o quanto os meus problemas as afetam, e o quanto elas gostam de mim pelo simples fato de nem me conhecer. Às vezes, até por pena. Sei que bato na tecla sempre de ser uma pessoa feliz. De encarar a anna com alegria, e não depressivamente. Mas, esta fase está complicada. Tenho 2 meses. 2 meses pra achar um lugar pra morar, um emprego bacana, e arrumar a minha vida. Senão oq? Não sei. Não sei pra onde vão me levar, ou me mandar ir, não sei a quem eu vou ter que obedecer e respeitar em troca de dinheiro, de moradia. Miar no fim das contas foi bom. Tenho muito medo que volte a se tornar minha válvula de escape. Mas todas as minhas angústias saem ali, e toda a culpa que eu sinto de atrapalhar a vida de tanta gente parece desculpada, por eu estar pagando o preço. Preciso de força, de direção. Não quero ninguém chorando por mim de novo, não quero ser internada, não quero a sonda. Mas também não quero não fazer diferença nenhuma, não ser querida, não ser suficiente. Só vou ser feliz quando me ver na posição de trazer felicidade, mas, ninguém dá o que não tem. Estou fazendo NF desde ontem, pelos exageros do fim de semana. E a minha fraqueza, e essa dor que eu sinto no estômago me fazem sentir verdadeiramente melhor. Não por estar conseguindo, como sempre foi. Mas pq eu mereço sentir essa dor, sozinha. Ninguém sabe como eu me sinto de verdade. Meus sonhos, meus planos, são só meus, e eu por mto tempo me orgulhei disso, mas n quero e n posso mais. Minha vida, por mais que um dia seja vitoriosa, não vai fazer sentido sem ngm pra testemunhar. E ngm quer isso, pq tem as próprias vidas pra resolver. Converso bastante com meu namorado de morarmos juntos, dou força pra ele construir uma carreira, uma vida profissional. Mas n sei até que ponto isso é bom, até q ponto é por ele, e quando começa a ser por mim. A verdade é que eu preciso ser cuidada. Não sou idependente porra nenhuma, nem forte, nem tenho forças mais pra continuar. Mas, não posso obrigar ngm a me carregar no colo nessas hras, pq se nem meu pai suporta o fardo, qm mais deveria suportar? Me sinto o próprio peso que tanto odeio, na vida das pessoas. E o pior, é q eu nunca nem quis fazer parte da vida delas.

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